Em linha com projeção da FIESP (+0,8%) e acima da expectativa do mercado (+0,3%), o PIB brasileiro cresceu 0,9% no 2º trimestre de 2023, após avançar 1,8% no trimestre anterior, considerando dados com ajuste sazonal. Com este crescimento no 2º trimestre, o carregamento estatístico[1] para 2023 é de 3,1%.
O crescimento observado no 2º trimestre foi influenciado pelo setor de serviços, que segue resiliente. Por corresponder a cerca de 68% do PIB, a continuidade de variações positivas do setor tem contribuído para a manutenção do crescimento econômico brasileiro. Dentre os fatores que favorecem o bom desempenho de serviços, destaca-se a manutenção da massa salarial ampliada em patamar elevado e a resiliência do mercado de trabalho, que têm atuado no sentido da sustentação do consumo. No 2º trimestre do ano, o consumo das famílias cresceu 0,9%.
O PIB do 2º trimestre surpreendeu positivamente, entretanto desacelerou em relação ao desempenho verificado no 1º trimestre, com destaque para o início da dissipação dos efeitos da supersafra agrícola. O setor de serviços, por sua vez, segue demonstrando resistência. Já a indústria geral ganhou força no trimestre, apresentando variações positivas em todos os seus segmentos, inclusive na indústria de transformação, que interrompeu uma sequência de três trimestres consecutivos de queda. Contudo, o resultado da indústria de transformação refletiu, sobretudo, a base deprimida, não sendo capaz de reverter as quedas anteriores.
[1] O carregamento estatístico diz respeito à herança estatística de uma série. Isso significa que mesmo que o PIB brasileiro fique estável ao longo dos dois próximos trimestres de 2023, ainda deverá crescer 3,1% no ano